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Conselho de Ética da Câmara segue com processo contra Chiquinho Brazão

Por Panoramams em 15/05/2024 às 18:13:16

Foto: SBT News

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados decidiu dar continuidade ao processo de quebra de decoro parlamentar contra o deputado Chiquinho Brazão (Sem partido-RJ). Brazão é acusado, com o irmão, Domingos, de mandante do assassinato da vereadora do Rio Janeiro Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018.

Por 16 votos a 1, o colegiado seguiu o parecer da relatora Jack Rocha (PT-ES), que concluiu que Brazão cometeu ato de violĂȘncia polĂ­tica contra Marielle, inclusive "com ilĂ­citos penais de altĂ­ssima gravidade, classificados como hediondos". O processo pode resultar na cassação do mandato do parlamentar.

"O caso em tela e o comportamento dos órgãos e das instituições vĂȘm revelando as evidĂȘncias dos supostos crimes cometidos pelos irmãos Brazão, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, e Chiquinho Brazão, deputado federal, o que aumenta sobremaneira as nossas responsabilidades na apuração desse caso", afirmou.

Chiquinho Brazão estĂĄ detido desde 24 de março, por obstrução de Justiça . Após a prisão, a Executiva Nacional do União Brasil aprovou, por unanimidade, a expulsão do deputado federal Chiquinho Brazão do partido. No dia 10 de abril, o plenĂĄrio da Câmara dos Deputados aprovou parecer que determina a manutenção da prisão do deputado.

"A autoria e materialidade dos fatos estão devidamente demonstrados em provas oriundas do processo penal no Supremo Tribunal Federal na qual foi decretada a prisão do representado que foi mantida pelo plenĂĄrio desta Casa, após a manutenção de parecer favorĂĄvel no âmbito da Comissão de Constituição e Justiça, colocando essa discussão como superada. Ademais, registre-se que a conduta configura em tese afronta ao decoro parlamentar, o que serĂĄ apurado ao logo da instrução probatória desse processo", acrescentou.

O advogado de defesa de Frazão, Cleber Lopes, pediu o afastamento da relatora, Jack Rocha (PT-ES), com o argumento de parcialidade, devido ao fato de a deputada ter se manifestado nas redes sociais a favor da manutenção da prisão de Brazão.

O pedido foi indeferido pelo presidente do conselho, Leur Lomanto JĂșnior (União-BA), que lembrou que a manifestação foi anterior ao processo protocolado no Conselho de Ética e que a escolha da relatora atendeu todos os requisitos previstos no Código de Ética do colegiado.

A defesa ainda negou qualquer relação de Brazão com milĂ­cias no Rio de Janeiro. "O deputado Chiquinho Brazão é primĂĄrio e tem bons antecedentes. Não hĂĄ nenhuma acusação por organização criminosa, por prĂĄtica de milĂ­cia, nenhuma condenação. Isso é uma lenda urbana. Ainda que se possa, lĂĄ no Rio de Janeiro, ter isso como parte do senso comum, precisamos de provas de documentos, de legalidade", afirmou o advogado.

Participando de maneira virtual da reunião, Brazão alegou inocĂȘncia. "Eu sou inocente, continuo alegando que vamos provar a inocĂȘncia. Se olhar meu mapa eleitoral, vai ver que tenho voto tanto em ĂĄrea de milĂ­cia, quanto de trĂĄfico", ressaltou.

Para a defesa, o processo deveria ser arquivado, com a aplicação de jurisprudĂȘncia do colegiado, segundo a qual não hĂĄ justa causa entre os fatos narrados e a quebra de decoro, em razão de ter ocorrido em 2018, antes do atual mandato de Brazão.

"Não hĂĄ na representação nenhum documento em relação ao qual a defesa deva exercer o seu direito sagrado em favor do parlamentar. A representação é inepta, não hĂĄ justa causa porque não hĂĄ base empĂ­rica [para] justa causa porque o fato é anterior ao mandato, e é impossĂ­vel julgar alguém com base nessas considerações", disse o defensor.

Na semana passado, a Procuradoria-Geral da RepĂșblica (PGR) enviou denĂșncia ao Supremo Tribunal Federal (STF), contra os irmãos Brazão. Na denĂșncia, o vice-procurador-geral da RepĂșblica, Hidenburgo Chateaubriand, denunciou os dois por homicĂ­dio e organização criminosa. A PGR concluiu que o assassinato ocorreu por motivo torpe e mediante emboscada para dificultar a defesa de Marielle e Anderson, além de ter sido executado para proteger interesses econômicos de milĂ­cias e desencorajar atos de oposição polĂ­tica.

"As trĂȘs infrações foram praticadas mediante emboscada e com o emprego de recurso que dificultou a defesa dos ofendidos. A rotina das vĂ­timas foi estudada, a perseguição foi silenciosa e o ataque, em via pĂșblica, repentino. Marielle foi atingida por quatro disparos de arma de fogo na cabeça e Anderson, por trĂȘs disparos nas costas, dificultando qualquer reação defensiva", escreveu a PGR.

O documento da PGR diz ainda que o trabalho da vereadora a favor da regularização de terras para pessoas de menor renda provocou animosidade com o grupo dos irmãos Brazão. As ĂĄreas estavam em terrenos dominados por milĂ­cias no Rio de Janeiro. "Marielle se tomou, portanto, a principal opositora e o mais ativo sĂ­mbolo da resistĂȘncia aos interesses econômicos dos irmãos. MatĂĄ-la significava eliminar de vez o obstĂĄculo e, ao mesmo tempo, dissuadir outros polĂ­ticos do grupo de oposição a imitar-lhe a postura", afirmou a PGR.

A denĂșncia também destaca que o ex-chefe da PolĂ­cia Civil do Rio Rivaldo Barbosa, preso por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), deu orientações para realização dos disparos.

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