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Vereadores de Palmares do Sul são investigados por desvio de doações

Por Panoramams em 09/06/2024 às 19:39:23

Foto: Agência Brasil - EBC

TrĂȘs vereadores e um secretĂĄrio municipal de Palmares do Sul, no Rio Grande do Sul, no litoral norte do estado, são suspeitos de desviar doações para as vĂ­timas da tragédia ambiental que afetou a mais de 2,3 milhões de pessoas em 476 das 497 cidades gaĂșchas a partir do fim de abril.

O presidente da Câmara Municipal, Sérgio Gil (PDT), confirmou à AgĂȘncia Brasil, neste domingo (9), que os vereadores Filipe Lang (PT), Manoel Antunes (PL) e Polon de Oliveira (União Brasil), além do secretĂĄrio municipal de Administração, Rodrigo Machado Martins, estão entre os investigados da Operação Desvio.

Com o apoio da PolĂ­cia Civil, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério PĂșblico estadual (MP-RS), deflagrou, esta semana, duas fases da operação. Na terça-feira (4), foram cumpridos quatro mandados judiciais de busca e apreensão, incluindo os contra Antunes, sua companheira e Martins.

Na ocasião, além de documentos e mĂ­dias eletrônicas que podem embasar as investigações, os agentes pĂșblicos apreenderam produtos doados por entidades de outras unidades da Federação e que estavam em posse dos investigados.

Neste sĂĄbado (8), os promotores do Gaeco e policiais civis cumpriram a mais 11 mandados de busca e apreensão. Dois deles foram cumpridos em endereços ligados a Lang e Polon. O primeiro, que é pré-candidato a prefeito, chegou a ser detido por posse irregular de arma de fogo, mas foi liberado após pagar fiança. JĂĄ Polon é pré-candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada por Lang.

Embora as investigações ainda estejam no inĂ­cio, o MP-RS informou que as denĂșncias de apropriação indébita, peculato e associação criminosa "jĂĄ estão sendo apuradas e comprovadas". "Elas apontam que os investigados se aproveitaram dos cargos que ocupam para desviar donativos e oferecĂȘ-los em troca de [futuros] votos em ao menos um dos trĂȘs suspeitos", sustenta o MP-RS, em nota, sem citar nomes.

"Tudo indica que foi uma doação para um pré-candidato [que concorrerĂĄ à prefeitura] no próximo pleito municipal [deste ano]. E jĂĄ temos provas de que parte destes donativos foi encaminhada para famĂ­lias não flageladas, conforme planilhas apreendidas", disse o promotor Mauro Rockenbach, sustentando que os donativos vindos de outras regiões do paĂ­s não passaram oficialmente pela prefeitura.

Também em nota, a PolĂ­cia Civil informou que, durante a ação desse sĂĄbado (8), apreendeu "uma grande quantidade de donativos que seriam distribuĂ­dos de forma equivocada", além de uma grande quantia em dinheiro, telefones celulares, documentos, um revólver sem registro e munições.

"JĂĄ pedimos informações ao Ministério PĂșblico e estamos esperando pela resposta dos promotores para podermos começar a apurar os fatos. Se necessĂĄrio, vamos oficializar este pedido amanhã [10] para podemos analisar as informações jĂĄ disponĂ­veis e verificar as medidas que devemos adotar", declarou o presidente da Câmara Municipal, Sérgio Gil, à AgĂȘncia Brasil, garantindo que ainda não conversou com Lang e Polon.

"Nas redes sociais, eles tĂȘm dito que são inocentes. Por isso mesmo, temos que tomar ciĂȘncia dos fatos. Provavelmente, algum pedido de cassação de mandato vai ser apresentado. Algum partido vai representar contra eles - até porque eles são pré-candidatos, mas nada disso é objeto de ação imediata, hĂĄ um trâmite legal, demorado", acrescentou Gil afirmando que Lang e Polon vinham denunciando a atual administração municipal de desviar recursos pĂșblicos.

A AgĂȘncia Brasil não conseguiu conversar com os trĂȘs vereadores. Na terça-feira, horas após a primeira fase da Operação Desvio ter sido deflagrada, Filipe Lang divulgou um vĂ­deo em que confirma que foi intimado a prestar informações ao MP.

"Hoje [terça-feira], o Gaeco e a PolĂ­cia Civil fizeram uma operação [devido à] suspeita de desvio de cestas de alimentos [doados à população de] Palmares do Sul", disse Lang. O vereador acrescentou que o MP manteve contato com ele para saber sobre um vĂ­deo que divulgou no inĂ­cio deste mĂȘs.

"O MP também me chamou para obter esclarecimentos sobre um vĂ­deo que eu divulguei no sĂĄbado [1Âș], sobre uma articulação polĂ­tica que eu fiz, destinando 18 toneladas de donativos para o distrito do Quintão. Questionaram porque eu não destinei à prefeitura, mas sim a um grupo de voluntĂĄrios do distrito. Respondi que não o fiz pelo mesmo fato [do MP-RS e a PolĂ­cia Civil] estarem fazendo [a operação, cumprindo] os quatro mandados de busca e apreensão contra diversas pessoas ligadas à prefeitura municipal", comentou o parlamentar, afirmando ser alvo de ataques polĂ­ticos em um ano eleitoral.

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