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A afirmação foi feita durante a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social SustentĂĄvel, o Conselhão, que reĂșne representantes da sociedade civil e do governo no assessoramento ao presidente da RepĂșblica.
Marina afirmou ainda que o municĂpio de CorumbĂĄ responde atualmente por metade dos incĂȘndios em Mato Grosso do Sul e também é o que mais desmatou, atingindo 52% do seu território. "Os municĂpios que mais desmatam são os que mais tĂȘm incĂȘndio", ressaltou.Para a ministra, neste ano, a situação foi agravada pelos efeitos da mudança do clima causada por ações humanas. "Nós estamos vivendo um momento muito particular de nossa trajetória nesse planeta. Tivemos no ano de 2023 um dos anos mais intensos em termos de eventos climĂĄticos extremos, com os problemas das onda de calor, de seca, de enchentes extremas. Isso é um sinal inequĂvoco de que a mudança do clima jĂĄ é uma realidade", disse.
Os efeitos dos extremos climĂĄticos levaram a AgĂȘncia Nacional de Águas (ANA) a declarar situação crĂtica de escassez de recursos hĂdricos na Bacia do Paraguai, ainda em maio. Uma nota técnica divulgada pelo Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa-UFRJ), no inĂcio desta semana, aponta que, entre 1Âș de janeiro e 23 de junho de 2024, a ĂĄrea queimada no bioma alcançou 627 mil hectares, ultrapassando em 142,9% os 258 mil hectares queimados em 2020.
Em entrevista coletiva na manhã de hoje, o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, informou que a chegada de uma frente fria ao Pantanal na quarta-feira (26) favoreceu o trabalho das equipes que atuam no combate às queimadas e diversos focos puderam ser extintos.
Durante a entrevista, a tenente-coronel do Corpo de Bombeiros Tatiane Inoue, que comanda as operações, informou que, de 1Âș janeiro a 25 de junho, o fogo jĂĄ consumiu 530 mil hectares no Pantanal de Mato Grosso do Sul. "O cenĂĄrio é bem mais crĂtico que em 2020, porém a nossa estrutura jĂĄ estĂĄ muito maior e organizada", afirmou.
Segundo o governo estadual, atuam diretamente na força-tarefa 74 bombeiros militares, dos quais 51 na Guarnição de Combate a IncĂȘndios Florestais em solo. Quatro estão empenhados nas operações aéreas e 19 compõem o Sistema de Comando de Incidentes, que monitora as atividades.
A Casa Civil da PresidĂȘncia da RepĂșblica informou que 145 brigadistas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais RenovĂĄveis (Ibama), 40 brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e 53 combatentes da Marinha reforçam a equipe estadual no enfrentamento ao fogo.
Cinco aeronaves modelo Air Tractor, com capacidade de deslocar grandes volumes de ĂĄgua, também atuam na operação, sendo quatro cedidas pelo Ibama e uma do Corpo de Bombeiros do estado.
Ainda hoje estĂĄ prevista a chegada de 40 agentes da Força Nacional de Segurança PĂșblica, com mais em 15 viaturas. O grupo saiu de BrasĂlia na Ășltima terça-feira (25).
De acordo com o diretor de Operações integradas e de InteligĂȘncia do Ministério da Justiça e Segurança PĂșblica, Rodney da Silva, a maior parte do contingente deslocado é composta por efetivo mobilizado do Corpo de Bombeiros Militar de outros estados. Segundo Silva, esse é um modelo que serĂĄ adotado em uma rede nacional a ser viabilizada pela integração do Corpo de Bombeiros em todo o paĂs com a Força Nacional.
"O objetivo desse novo projeto é não apenas gerenciar crises, mas sim gerenciar riscos nas ĂĄreas de maior probabilidade de ocorrĂȘncia de sinistros ao longo do ano", explicou o diretor.