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Lula anuncia medidas para aliviar cofres de prefeituras

Por Panoramams em 21/05/2024 às 14:45:20

O presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva se comprometeu, nesta terça-feira (21), com uma série de medidas para aliviar o aperto fiscal das prefeituras do paĂ­s. Entre as medidas estão a manutenção da alĂ­quota previdenciĂĄria sobre a folha de pagamento dos municĂ­pios em 8%, novas regras para financiamento de dĂ­vidas e precatórios e facilitação de acordos para transferĂȘncias de recursos da União.

Lula discursou durante a 25ÂȘ Marcha a BrasĂ­lia em Defesa dos MunicĂ­pios, promovida anualmente pela Confederação Nacional dos MunicĂ­pios (CNM), em BrasĂ­lia. Conhecida como Marcha dos Prefeitos, durante o evento, os gestores das cidades brasileiras se reĂșnem na capital para apresentar ao governo federal as demandas locais.

Para o presidente, as reivindicações dos munĂ­cipes são justas e merecedoras, e o governo federal vai atendĂȘ-las na medida do possĂ­vel.

"No ano seguinte, estĂĄ todo mundo aqui outra vez, com outra pauta de reivindicação. E outra vez, a gente senta, a gente conversar. É assim que esse paĂ­s vai ser daqui para frente: republicano, respeitoso, com harmonia entre os entes federados."

O presidente mandou um recado sobre as eleições deste ano: "Não permitam que as eleições deste final de ano façam com que vocĂȘs percam a civilidade. Este paĂ­s estĂĄ precisando de civilidade, de harmonia, esse paĂ­s estĂĄ precisando muito mais de compreensão", disse Lula aos prefeitos.

O presidente foi acompanhado de uma comitiva de ministros. Os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, também participaram do evento.

Folha de pagamento

As questões fiscais, das dĂ­vidas previdenciĂĄrias e da desoneração da folha de pagamento dos municĂ­pios estão na pauta da CNM nesta Marcha dos Prefeitos. No fim do ano passado, o Congresso aprovou o projeto de lei que reduziu de 20% para 8% da folha a contribuição para a PrevidĂȘncia Social de pequenos municĂ­pios. O presidente Lula vetou o texto, mas o Congresso derrubou o veto.

O governo, então, editou uma medida provisória revogando a lei aprovada. Por falta de acordo no Congresso para aprovar o texto, o governo concordou em transferir a reoneração para projetos de lei. No fim de abril, a Advocacia-Geral da União recorreu ao Supremo Tribunal Federal e, por liminar, ficou estabelecida a redução da alĂ­quota para 8% e o prazo de 60 dias para que o Congresso aprove projetos sobre o assunto.

O governo federal vem negociando um acordo com o Legislativo e as entidades de prefeitos, que deve prever a retomada gradual das alĂ­quotas a partir de 2025, até atingir 14% em 2027. Hoje, Lula afirmou que a matéria serĂĄ detalhada no Projeto de Lei 1847/2024, do senador Efraim Filho (União-PB).

Presidente Lula e ministros na abertura da 25ÂȘ Marcha a BrasĂ­lia em Defesa dos MunicĂ­pios - Antonio Cruz/AgĂȘncia Brasiltype="_moz" />

DĂ­vidas

A CNM também defende a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição nÂș 66/2023, em tramitação no Senado Federal, que trata do endividamento dos municĂ­pios com a PrevidĂȘncia Social, prevĂȘ a desoneração permanente da folha de pagamento, mudanças no regime de pagamento dos precatórios, entre outros pontos.

O valor das dĂ­vidas de 4,2 mil prefeituras com a PrevidĂȘncia Social é de R$ 248 bilhões, segundo a CNM. Além da situação com o regime geral, 81% dos 2.180 municĂ­pios com regime próprio de previdĂȘncia tĂȘm débitos; e o valor da dĂ­vida estĂĄ em mais de R$ 312 bilhões.

Segundo a CNM, isso é explicado pelo aumento do funcionalismo pĂșblico. "Enquanto a União e os estados tiveram contingente de 2,4% e 10,2% maior, respectivamente, as prefeituras precisaram contratar 31% a mais, passando de 5,8 milhões [de servidores] para 7,6 milhões. A maior expansão de servidores foi nas atividades sociais, pois os MunicĂ­pios tiveram de aumentar a quantidade de servidores, de 2,5 milhões para 3,8 milhões, para atender às demandas e executar os programas federais", explicou a entidade.

Lula afirmou que serão estabelecidas novas regras para financiamento de dĂ­vidas e precatórios para aliviar as contas pĂșblicas dos municĂ­pios e que o governo vai pedir urgĂȘncia de um projeto em tramitação na Câmara dos Deputados (PLP 459/2017) que trata da securitização de dĂ­vidas. Segundo ele, o texto pode gerar receita de até R$ 180 bilhões para governos federal, estaduais e municipais.

Durante o evento, o presidente também assinou decreto que trata de normas complementares para execução das transferĂȘncias de recurso da União por meio de contratos de repasses e convĂȘnios. O objetivo é simplificar a gestão dos convĂȘnios com valores até R$ 1,5 milhão.

Ainda foi anunciado repasse de R$ 7,5 bilhões em emendas parlamentares e de R$ 4 bilhões para custeio de serviços de saĂșde.

Crises climĂĄticas

Neste ano, com o tema Pacto Federativo: um Olhar para a População Desprotegida, a mobilização polĂ­tica dos prefeitos pretende tratar dos impactos dos extremos climĂĄticos e a adaptação das cidades. Para o presidente Lula, é preciso que as instituições federativas atuem de forma conjunta para o enfrentamento desses problemas, respeitando a autonomia de cada uma.

Ele prometeu ainda que vai retornar ao Rio Grande do Sul "depois que a ĂĄgua for embora pra ver o tamanho do estrago". No inĂ­cio de seu discurso, Lula pediu um minuto de silencio em solidariedade às vĂ­timas da tragédia.

O estado vive a maior catĂĄstrofe climĂĄtica de sua história, com chuvas e enchentes que jĂĄ resultaram na morte de 161 pessoas e afetaram 464 dos 497 municĂ­pios do estado. Hoje, hĂĄ mais de 654,19 mil pessoas fora de suas casas.

"Mudou o paradigma do tratamento dos desastres climĂĄticos neste paĂ­s. O que nós fizemos no Rio Grande do Sul não é só para o Rio Grande do Sul. Qualquer crise climĂĄtica que tiver em algum estado, nós estamos obrigados a fazer igual ou melhor do que o que fizemos no Rio Grande do Sul", disse Lula.

Na semana passada, o presidente sancionou o projeto que suspende o pagamento da dĂ­vida do Rio Grande do Sul com a União pelo prazo de trĂȘs anos. O texto, apesar de ter surgido para a situação especĂ­fica das inundações no estado gaĂșcho, autoriza o governo federal a postergar o pagamento da dĂ­vida de qualquer ente federativo afetado por estado de calamidade pĂșblica decorrente de eventos climĂĄticos extremos e a reduzir a taxa de juros dessa dĂ­vida.

Matéria ampliada às 14h16

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