Foto: Agência Brasil - EBC
Leia o ofĂcio:
O documento lista uma série de postagens que viralizaram nas redes sociais. Entre elas, um vĂdeo publicado no Ășltimo domingo (5), na plataforma X, pelo influenciador Pablo Marçal, que veicula conteĂșdo desinformativo em sobre a atuação do poder pĂșblico em relação aos desastres ambientais ocorridos no Rio Grande do Sul. Dentre as afirmações contidas no vĂdeo, estão que "a Secretaria da Fazenda do estado estĂĄ barrando os caminhões de doação", "não estão deixando distribuir comida, marmita" e que "esse é ano polĂtico, a mĂdia não vai mostrar direito o que tĂĄ acontecendo, entendeu? Por causa dos polĂticos". As informações jĂĄ foram desmentidas pelas pasta.
A mesma notĂcia falsa foi compartilhada pelo senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG), em plataformas como Instagram e X. Outras postagens envolvendo o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o jornalista Thiago Asmar, o influenciador Leandro Ruschel, a influenciadora Fernanda Salles, além de contas como Pavão Misterious e Tumulto BR, são descritas no ofĂcio enviado por Paulo Pimenta. O ministro pede a apuração dos ilĂcitos ou eventuais crimes relacionados à disseminação de desinformação, bem como a individualização de condutas das pessoas envolvidas.
Mais cedo, no PalĂĄcio do Planalto, Paulo Pimenta demonstrou indignação com o impacto das notĂcias falsas no trabalho de resgate realizado no Rio Grande Sul.
"Eu acho uma sacanagem. Tem gente trabalhando 24 horas por dia, quatro dias sem dormir, pessoas colocando a vida em risco para salvar outras. Enquanto isso, tem uma indĂșstria de fake news alimentada por parlamentares, por influencers, por pessoas que se dedicam a atrapalhar o esforço que estĂĄ sendo feito para salvar vidas", afirmou. Pimenta classificou a situação como uma guerra para encontrar pessoas que ainda estão ilhadas e chamou os propagadores de notĂcias falsas de traidores.
"Se é verdade que nós estamos numa guerra, que tem como objetivo principal encontrar pessoas que ainda estão ilhadas e ter forças para apoiar milhares de pessoas que perderam tudo, que estão em abrigos, quem age contra nós deve ser tratado como quinta coluna, palavra que a gente usa contra traidores em tempos de guerra. E quinta coluna tem que ser tratado como criminoso", afirmou em entrevista a jornalistas na tarde de hoje.
Paulo Pimenta também falou sobre a ocorrĂȘncia de saques e crimes, inclusive em abrigos pĂșblicos, além de roubos e furtos de embarcações e motos aquĂĄticas (jet-ski), que estão sendo usadas no resgate. De acordo com o ministro, o governo federal deve enviar mais agentes da Força Nacional de Segurança para apoiar o policiamento no estado, uma demanda dos prefeitos, especialmente na região metropolitana de Porto Alegre. O governo do Rio Grande do Sul solicitou o envio de ao menos 400 integrantes da Força Nacional nos próximos dias.
Ao todo, quase 50 mil pessoas estão alojadas em centenas de abrigos em todo o estado. Muitos dos abrigos estão sem ĂĄgua para higiene pessoal e demandam ao menos 150 mil refeições por dia, informou o ministro. "Os abrigos vão permanecer [por um longo tempo]. Esse trabalho não vai parar hoje", observou Paulo Pimenta. Ainda segundo o ministro, citando as enchentes de 1941, o Rio GuaĂba pode levar de dois a trĂȘs meses para baixar para da cota de alagamento, que é de 3 metros. Dados divulgados hoje pelo Centro Integrado de Coordenação de Serviços mostra que a altura atual do GuaĂba estĂĄ em 5,26 metros.