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Secom pede investigação de postagens com fake news sobre ações no RS

Por Panoramams em 07/05/2024 às 19:10:22

Foto: Agência Brasil - EBC

O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da PresidĂȘncia (Secom), Paulo Pimenta, pediu nesta terça-feira (7) a abertura de investigação de influenciadores digitais e contas em redes sociais na internet que vĂȘm disseminando informações falsas sobre o trabalho de resgate de pessoas e sobre a recuperação dos estragos causados pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Em ofĂ­cio enviado ao ministro Ricardo Lewandowski, da Justiça e Segurança PĂșblica, Pimenta cita "narrativas desinformativas e criminosas" que causam impacto no aprofundamento da crise social vivida pela população gaĂșcha.

Leia o ofĂ­cio:

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"Os conteĂșdos afirmam que o Governo Federal não estaria ajudando a população, de que a FAB [Força Aérea Brasileira] não teria agilidade e que o Exército e a PRF [PolĂ­cia RodoviĂĄria Federal] estariam impedindo caminhões de auxĂ­lio. Destaco com preocupação o impacto dessas narrativas na credibilidade das instituições como o Exército, FAB, PRF e ministérios, que são cruciais na resposta a emergĂȘncias. A propagação de falsidades pode diminuir a confiança da população nas capacidades de resposta do Estado, prejudicando os esforços de evacuação e resgate em momentos crĂ­ticos. É fundamental que ações sejam tomadas para proteger a integridade e a eficĂĄcia das nossas instituições frente a tais crises", diz o ofĂ­cio.

O documento lista uma série de postagens que viralizaram nas redes sociais. Entre elas, um vĂ­deo publicado no Ășltimo domingo (5), na plataforma X, pelo influenciador Pablo Marçal, que veicula conteĂșdo desinformativo em sobre a atuação do poder pĂșblico em relação aos desastres ambientais ocorridos no Rio Grande do Sul. Dentre as afirmações contidas no vĂ­deo, estão que "a Secretaria da Fazenda do estado estĂĄ barrando os caminhões de doação", "não estão deixando distribuir comida, marmita" e que "esse é ano polĂ­tico, a mĂ­dia não vai mostrar direito o que tĂĄ acontecendo, entendeu? Por causa dos polĂ­ticos". As informações jĂĄ foram desmentidas pelas pasta.

A mesma notĂ­cia falsa foi compartilhada pelo senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG), em plataformas como Instagram e X. Outras postagens envolvendo o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o jornalista Thiago Asmar, o influenciador Leandro Ruschel, a influenciadora Fernanda Salles, além de contas como Pavão Misterious e Tumulto BR, são descritas no ofĂ­cio enviado por Paulo Pimenta. O ministro pede a apuração dos ilĂ­citos ou eventuais crimes relacionados à disseminação de desinformação, bem como a individualização de condutas das pessoas envolvidas.

Mais cedo, no PalĂĄcio do Planalto, Paulo Pimenta demonstrou indignação com o impacto das notĂ­cias falsas no trabalho de resgate realizado no Rio Grande Sul.

"Eu acho uma sacanagem. Tem gente trabalhando 24 horas por dia, quatro dias sem dormir, pessoas colocando a vida em risco para salvar outras. Enquanto isso, tem uma indĂșstria de fake news alimentada por parlamentares, por influencers, por pessoas que se dedicam a atrapalhar o esforço que estĂĄ sendo feito para salvar vidas", afirmou. Pimenta classificou a situação como uma guerra para encontrar pessoas que ainda estão ilhadas e chamou os propagadores de notĂ­cias falsas de traidores.

"Se é verdade que nós estamos numa guerra, que tem como objetivo principal encontrar pessoas que ainda estão ilhadas e ter forças para apoiar milhares de pessoas que perderam tudo, que estão em abrigos, quem age contra nós deve ser tratado como quinta coluna, palavra que a gente usa contra traidores em tempos de guerra. E quinta coluna tem que ser tratado como criminoso", afirmou em entrevista a jornalistas na tarde de hoje.

Envio de segurança

Paulo Pimenta também falou sobre a ocorrĂȘncia de saques e crimes, inclusive em abrigos pĂșblicos, além de roubos e furtos de embarcações e motos aquĂĄticas (jet-ski), que estão sendo usadas no resgate. De acordo com o ministro, o governo federal deve enviar mais agentes da Força Nacional de Segurança para apoiar o policiamento no estado, uma demanda dos prefeitos, especialmente na região metropolitana de Porto Alegre. O governo do Rio Grande do Sul solicitou o envio de ao menos 400 integrantes da Força Nacional nos próximos dias.

Ao todo, quase 50 mil pessoas estão alojadas em centenas de abrigos em todo o estado. Muitos dos abrigos estão sem ĂĄgua para higiene pessoal e demandam ao menos 150 mil refeições por dia, informou o ministro. "Os abrigos vão permanecer [por um longo tempo]. Esse trabalho não vai parar hoje", observou Paulo Pimenta. Ainda segundo o ministro, citando as enchentes de 1941, o Rio GuaĂ­ba pode levar de dois a trĂȘs meses para baixar para da cota de alagamento, que é de 3 metros. Dados divulgados hoje pelo Centro Integrado de Coordenação de Serviços mostra que a altura atual do GuaĂ­ba estĂĄ em 5,26 metros.

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