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Sem reformas significativas há 29 anos, Morenão opera em situação crítica

Por Panoramams em 17/06/2021 às 17:35:18

O Morenão é um dos terminais de Campo Grande que vem sofrendo com a falta de infraestrutura adequada. A depredação de banheiros, quebra de bancos, ausência de bebedouros, falta de acessibilidade aos cadeirantes e a necessidade de vigilância civil, entre outros ‘estragos’, são problemas decorrentes da plataforma que não vê uma reforma profunda desde sua construção, e vem decaindo ainda mais com o início da pandemia.

O terminal que compreende uma média de 10 mil pessoas diariamente, não fornece o atendimento completo aos passageiros que transitam ali. Fabiano da Silva, usuário das linhas que integram o Morenão, critica a situação decadente. “O mínimo seria oferecer banheiros decentes na estação. Precisei utilizar os daqui durante uma emergência certa vez e me senti sujo só de entrar lá. O cheiro é insuportável e as condições são péssimas, mesmo com a limpeza das meninas que trabalham aqui, não dá para utilizar”, alerta Fabiano.

Conforme informações no local, a manutenção responsável pela limpeza age durante todo o dia, higienizando os lavabos a cada 30 minutos. Contudo, nenhum produto utilizado na faxina é suficiente para conter o mau odor proporcionado pela falta de reforma do ambiente.

A comercialização de produtos alimentícios na estação também sofre com a impressão de sujeira pelo desleixo visual da infraestrutura. Trabalhando há 10 anos no ramo, um vendedor ambulante do Morenão, que optou por não ser identificado, esclarece alguns pontos na baixa das vendas. “Com o coronavírus o pessoal já fica com medo de comer nos locais públicos, mesmo que aqui seja aberto. Junta isso com o ambiente não ser agradável, acaba que às vezes muita gente associa a falta de cuidado daqui com o serviço que eu faço, por exemplo. Eu trago meus produtos certinhos e com cuidado para os clientes, dou álcool gel e tudo, mas algumas pessoas ainda ‘torcem o nariz’”, explica o vendedor.

Os bebedouros, sem água, estão sujos e acabam servindo também como bancada para pertences.

Ele ainda ainda fala da demora na reforma do terminal em comparação aos outros já reparados no início de 2021. “O Guaicurus, Bandeirantes e Júlio de Castilho já foram reformados, só o Morenão que continua com esses problemas. Eu fico aqui mais de seis horas por dia e não posso ir ao banheiro, carregar meu celular ou poder lavar as mãos direito”, relata.

Entretanto, há outros cinco terminais - Aero Rancho, General Osório, Nova Bahia, Moreninha e o de integração Hércules Maymone - que também precisam de reformas urgentes e aguardam nova licitação que ainda não possui data definida. O contrato assinado em novembro do ano passado, que previa um investimento em R$ 2.704.201,20, em dois lotes de obras para a reforma coletiva dessas plataformas, foi cancelado.

Extrato do contrato em 18 de novembro de 2020 que foi cancelado esse ano

Segundo Janine de Lima Bruno, presidente da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), a instituição está pesquisando e trabalhando em outro orçamento para encaminhar uma nova licitação o mais depressa possível.

A Agetran ainda informa que a manutenção e conservação dos terminais depende, não somente da conscientização da população em preservar o patrimônio público, mas também da proteção fornecida pela Guarda Civil Metropolitana.

“Infelizmente, os estragos nos terminais são praticados pelo simples ato de vandalizar o patrimônio público. Nos terminais que receberam as reformas, existem postos e guaritas exclusivos para que os agentes vigiem o local por 24 horas, além de grades móveis para o fechamento durante a madrugada, quando não há circulação de ônibus. Nosso objetivo é fornecer esse mesmo trabalho nas próximas construções”, confirma.

A maioria dos bancos estão quebrados ou sem assentos.

Por outro lado, a Guarda Civil Metropolitana explica que uma atuação mais significativa dos agentes de proteção nesses terminais só será possível com as reformas. “No Morenão não há condições salubres para a permanência dos guardas, como é visto nas plataformas Bandeirantes, Júlio de Castilho e Guaicurus. Não há lugar onde o guarda possa se posicionar para assegurar a proteção do patrimônio ali. As guaritas e portões são extremamente importantes para que possamos realizar nosso trabalho junto à Prefeitura”, finaliza.

Melhorias nos terminais Bandeirantes, Guaicurus e Júlio de Castilho - As obras incluíram a reorganização dos banheiros, bebedouros, revisão das instalações elétricas; hidráulicas; plano de segurança contra incêndio e pânico; cobertura; reforço do piso rígido do pátio; pintura geral; troca dos bancos; sala para descanso dos funcionários; guarita dos guardas municipais ou seguranças e grades móveis para o fechamento dos terminais durante a madrugada, quando não há circulação de ônibus

Além da instalação de bicicletários, houve intervenções para adequar os espaços às normas de acessibilidade, com banheiros para pessoas com necessidades especiais, rampas e piso tátil. Estima-se pela Agetran que tais adequações também sejam realizadas nas unidades que aguardam reformas.

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