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Ministério das Mulheres divulgou uma nota, na madrugada deste sĂĄbado (15) após repercussão do caso do feminicĂdio da jornalista Vanessa Ricarte, 42 anos, morta a facadas pelo ex-noivo Caio Nascimento, na tarde desta quarta-feira (12).
O caso chegou ao Governo Federal após caso repercutir e surgirem ĂĄudios enviados por Vanessa à amiga, relatando descaso no atendimento na Deam (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher). Segundo nota do Ministério das Mulheres, um ofĂcio foi enviado à Corregedoria da PolĂcia Civil de Mato Grosso do Sul, solicitando a abertura de procedimento investigativo para apurar o atendimento prestado à jornalista.
Ainda de acordo com o Ministério, uma equipe viaja a Campo Grande ainda neste final de semana para dialogar com representantes da rede de atendimento. A nota ainda esclarece que o percurso de Vanessa de volta para casa não poderia ter ocorrido sem a escolta da Patrulha Maria da Penha, como prevĂȘ o protocolo de avaliação de risco para mulheres em situação de violĂȘncia e orientação do atendimento na Casa da Mulher Brasileira.
Vanessa teria procurado a Deam na madrugada do dia do assassinato, pedindo uma medida protetiva. Apesar da busca por ajuda, ao voltar para casa, foi morta esfaqueada por Caio.
O caso repercutiu e surgiram ĂĄudios enviados por Vanessa, no mesmo dia do crime, a uma amiga. Em mensagens, ela relata descaso por parte do atendimento na Deam e Casa da Mulher Brasileira.
Em um dos trechos, ela explana que a sensação que teve foi de que a delegacia não entendeu a gravidade da situação vivenciada por ela. O ĂĄudio contradiz a versão apresentada pela polĂcia, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (14).
Em outro momento, Vanessa chega a dizer que foi orientada a voltar para casa e avisar o ex-noivo para sair novamente do imóvel. A repercussão dos ĂĄudios gerou uma onda de repĂșdio nas redes sociais.
Leia Nota Oficial do Ministério das Mulheres na Ăntegra:
No papel de monitorar, supervisionar e fiscalizar a efetividade das polĂticas e serviços destinados a mulheres em situação de violĂȘncia, o Ministério das Mulheres encaminhou um ofĂcio à Corregedoria da PolĂcia Civil de Mato Grosso do Sul solicitando a abertura de procedimento investigativo para apurar o atendimento prestado à jornalista Vanessa Ricarte, vĂtima de feminicĂdio na Ășltima quarta-feira, e ao Ministério PĂșblico a respeito de providĂȘncias a serem tomadas.
Em ĂĄudio veiculado nesta sexta-feira (14), Vanessa descreve ter informado, durante atendimento na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) em Campo Grande, a decisão de retornar até sua casa, onde estava o agressor, Caio Nascimento. O percurso não poderia ter ocorrido sem a escolta da Patrulha Maria da Penha, de acordo com o protocolo de avaliação de risco para mulheres em situação de violĂȘncia e que orienta o atendimento na Casa da Mulher Brasileira.
A equipe do Ministério das Mulheres viaja a Campo Grande ainda neste final de semana para dialogar com representantes da rede de atendimento. O órgão se solidariza com familiares, amigos e amigas de Vanessa e reafirma o compromisso de atuar pela prevenção e enfrentamento a todos os tipos de violĂȘncia contra as mulheres, em especial o feminicĂdio, com investimentos em diversas polĂticas pĂșblicas focadas em informação e em atendimento. Nenhuma violĂȘncia contra a mulher deve ser tolerada.