DEZEMBRO CAMARA

Dois celulares são roubados ou furtados por minuto no Brasil

Por Panoramams em 18/07/2024 às 12:33:17

Foto: Agência Brasil - EBC

No Brasil, quase dois celulares são roubados ou furtados por minuto. Quase um milhão de ocorrĂȘncias foram registradas em delegacias de todo o paĂ­s em 2023. Os dados são do 18Âș AnuĂĄrio Brasileiro de Segurança PĂșblica, divulgado nesta quinta-feira (18), pelo Fórum Brasileiro de Segurança PĂșblica.

Os dados mostram que, pela primeira vez, o nĂșmero de furtos, ou seja, a subtração dos aparelhos sem o uso da violĂȘncia, superou o de roubos de aparelhos, com 494.295 contra 442.999 casos, respectivamente, ao longo de 2023. No total, foram 937.294 ocorrĂȘncias nas delegacias brasileiras.

Apesar de serem altos, em relação a 2022, os nĂșmeros de roubos e furtos de celulares, em termos globais, apresentaram redução de 4,7%. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança PĂșblica, o nĂșmero de ocorrĂȘncias mostra a centralidade que tais aparelhos ocupam na nova dinâmica dos crimes patrimoniais. Os celulares se consolidam como porta de entrada frequente para outras modalidades delituosas em ascensão, como estelionatos e golpes virtuais.

A marca mais visada pelos criminosos foi a Samsung, com 37,4% dos casos, seguida pela Apple, com 25%, e pela Motorola, com 23,1%. Embora respondam por apenas 10% do mercado nacional, os iPhones representam uma em cada quatro subtrações de aparelhos. O Fórum ressalta que quando se atenta a proporções, é possĂ­vel dizer que os usuĂĄrios da Apple correm mais riscos na comparação com aqueles que utilizam telefones de outras marcas.

Segundo a publicação, em 78% das ocorrĂȘncias, os criminosos optaram por vias pĂșblicas. Os casos são mais frequentes em dias de semana, em especial entre segundas e sextas-feiras, com prevalĂȘncia entre 5h e 7h da manhã e o perĂ­odo entre 18h e 22h – horĂĄrios em que, geralmente, a população estĂĄ em deslocamento nas grandes metrópoles, indo ao trabalho ou voltando para casa.

No caso dos furtos, as vias pĂșblicas responderam por 44% dos registros, seguidas dos estabelecimentos comerciais/financeiros e residĂȘncias, com 14% e 13% das ocorrĂȘncias, respectivamente. Ao contrĂĄrio dos roubos, os furtos de celulares são mais comuns nos finais de semana, que concentram 35% dos casos. Nessa categoria, os criminosos escolhem horĂĄrios com movimento reduzido nas cidades, principalmente entre 10h e 11h e a partir do meio da tarde, por volta das 15h, até 20h.

De acordo com o anuĂĄrio, as cidades com as maiores taxas de roubo e furto de celulares são: Manaus, com 2.096,3 casos a cada 100 mil habitantes; Teresina, com 1.866; São Paulo, com 1781,6; Salvador, com 1.716,6; e Lauro de Freitas (BA), com 1.695,8. A taxa do Brasil é de 461,5 ocorrĂȘncias registradas para cada 100 mil habitantes. Entre as 50 cidades com maiores taxas de roubo e de furto de celular, 15 estão localizadas no estado de São Paulo.

Um golpe a cada 16 segundos

A publicação mostra ainda que os roubos de rua cederam lugar a estelionatos quando se observa o quadro de preferĂȘncias criminais contemporâneas. Houve um total de 1.965.353 registros de estelionatos no ano passado, ou seja, um golpe a cada 16 segundos. O crescimento, em relação a 2022, foi de 8,2%. Em relação a 2018 houve alta de 360%.

Por outro lado, houve queda, entre 2022 e 2023, em seis diferentes modalidades de roubos: a estabelecimentos comerciais (18,8%); a residĂȘncias (17,3%); a transeuntes (13,8%); de cargas (13,2%); de veĂ­culos (12,4%); e de celulares (10,1%).

"A gente estĂĄ tendo uma mudança de paradigma na criminalidade patrimonial no Brasil e isso tem, evidentemente, bastante relação com os celulares, que acabam sendo a porta de entrada para esse mundo hĂ­brido que a gente vive, com a digitalização das finanças, com a utilização das redes sociais", diz o coordenador de projetos do Fórum Brasileiro de Segurança PĂșblica, David Marques.

"O celular tem o seu valor pelo aparelho, pelo seu valor de uso, mas também pelo que o celular dĂĄ acesso, que são as informações pessoais, são as informações bancĂĄrias, são as redes sociais das pessoas. Então, esse é um fenômeno que jĂĄ vinha em curso, mas ele se aprofundou, se acelerou bastante a partir do contexto da pandemia e que segue aĂ­ chamando atenção enquanto uma mudança realmente de paradigma na dinâmica criminal dos crimes patrimoniais".

O AnuĂĄrio Brasileiro de Segurança PĂșblica é baseado em informações fornecidas pelos governos estaduais, pelo Tesouro Nacional, pelas polĂ­cias civil, militar e federal, entre outras fontes oficiais da Segurança PĂșblica.

*Por AgĂȘncia Brasil

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